Histórias de
Inspiração
​"A mudança não acontecerá se nós esperarmos por outra pessoa ou se esperarmos por algum outro momento. Nós somos as pessoas pelas quais esperávamos. Nós somos a mudança que buscamos."
Barack Obama
Katherine Johnson
A matemática que levou o homem à Lua
A cientista espacial, física e matemática, Katherine Johnson, deixou um legado extremamente importante para mulheres na ciência, além de deixar um marco no avanço tecnológico.
Em 1953, Johnson começou a trabalhar na Nasa aos 35 anos, como "computadora humana" nome dado as mulheres que faziam os cálculos à mão pois não existiam os computadores. Ela trabalhava em uma ala segregada chamada "West Area Computers", na sala "colored computer". Para Johnson e suas colegas de sala um dos grandes desafios foi o de suportar a discriminação racial, onde até os banheiros era separados para os negros.
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O dia 20 de julho ficou marcado por um dos maiores acontecimentos da ciência espacial: a chegada do primeiro homem na Lua, em 1969. Embora o nome de Neil Armstrong seja o mais famoso dessa história, fato é que a conquista envolveu o trabalho de uma equipe grande. E uma das grandes contribuições veio de Katherine Johnson, matemática responsável por nada menos que os cálculos que garantiram o sucesso da viagem.
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“O senhor me diz quando e onde quer que aterrisse [a nave], e eu lhe direi onde, quando e como lançá-la.” A famosa frase de Katherine ilustra a relevância do seu trabalho e também a confiança que muitos colegas depositavam nela. Antes do Apollo 11, a cientista já havia contribuído com os voos dos astronautas Alan B. Shepard Jr. e John Glenn, no início dos anos 1960. Glenn, inclusive, chegou a declarar sobre os cálculos dos computadores da NASA que Katherine verificou: “Se ela diz que são bons, então estou pronto para ir”.
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Tanto pioneirismo rendeu a Katherine Johnson diversas homenagens. Em 2015, ela recebeu do então presidente Barack Obama a Medalha da Liberdade, a maior condecoração civil dos Estados Unidos. Dois anos depois, a NASA batizou um dos seus edifícios com o seu nome.
A própria agência chegou a afirmar que os grandes feitos espaciais que marcaram sua história não teriam sido possíveis “sem Katherine Johnson e seu amor pela matemática”. Curiosa, confiante e empenhada, a cientista conquistou o mundo – e o espaço – com o seu trabalho
Annie Easley
Annie Easley nasceu em 23 de abril de 1933 em Birmingham (Alabama). Nessa época, as oportunidades educacionais e trabalhistas eram escassas para afrodescendentes e as escolas para negros, separadas das dos brancos, eram inferiores. Apesar disso, sua mãe sempre a encorajou a adquirir uma educação de qualidade e dizia que se trabalhasse duro ela poderia ser o que quisesse.
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Em 1950, começou a estudar na Universidade Xavier em Nova Orleans, onde se formou em farmácia. Com apenas 22 anos, foi contratada pela NASA, na época chamada NACA, conquistando uma vaga entre os 4 afrodescendentes em um total de 2500 empregados. Começou sua carreira como matemática e engenheira da computação no laboratório de propulsão de voo da NACA em Cleveland, Ohio. Continuou sua educação enquanto trabalhava e, em 1977, obteve o bacharelado de ciência em matemática pela Universidade do Estado de Cleveland. Depois, realizou cursos especializantes oferecidos pela NASA, mas lhe foi negado qualquer apoio financeiro que todos os outros funcionários recebiam.
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Quando os humanos foram substituídos por máquinas, Easley evoluiu junto com a tecnologia. Ela se tornou uma programadora de computador e desenvolveu e implementou códigos usados na pesquisa de sistemas de conversão de energia, analisando a tecnologia de energia alternativa: estruturou projetos de energia solar, eólica e identificou sistemas de conversão de energia e sistemas alternativos, a fim de solucionar problemas energéticos. Também contribuiu para a tecnologia de baterias que foram usadas para veículos híbridos antigos, bem como para o foguete centauro. Suas contribuições para o projeto Centaur serviram de base tecnológica para o lançamento de futuros satélites e veículos espaciais, incluindo o lançamento da Cassini em 1997 para Saturno.
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Apesar de suas contribuições para a ciência espacial, Easley foi cortada de praticamente todas as fotos dos projetos que participou por ser negra. Mais tarde, em sua carreira na NASA, ela assumiu o papel de conselheira de igualdade de oportunidades de emprego. Nessa função, ajudou os supervisores a abordarem questões de discriminação, como de gênero, cor e idade. Durante os anos 70, encorajou mulheres e minorias a seguirem carreiras na STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática).